Bissau cada vez mais deserta com receio de ataque Português

Parte da população da capital da Guiné está a deixar a cidade em direção ao interior, entre rumores que militares portugueses poderiam atacar.

Muitas pessoas abandonaram esta segunda-feira a capital da Guiné-Bissau, em direção ao interior do país, com receio da violência, apesar de o Comando Militar ter também apelado à calma e garantido que a situação está sob controlo. Na cidade correram rumores de que militares portugueses iriam atacar a cidade. De acordo com a agência Lusa, em Bissau, na zona de partida dos autocarros para o interior, enquanto uns garantiam que apenas estavam a começar a campanha do caju, o principal produto do país, outros admitiam estar a fugir de Bissau devido ao golpe de Estado da passada quinta-feira.

«Não é uma questão de nos refugiarmos, os refugiados acabaram ontem à noite», disse à Lusa um popular que ia viajar para o interior, num autocarro lotado de bagagem e mais apinhado ainda de gente.

Mas já uma passageira admitia que estava a fugir de uma eventual confusão em Bissau, afirmando à Lusa: «Não queremos nada de guerra dentro do país, esta população não gosta de guerra». E lá seguiu, num pequeno autocarro cheio de mulheres e crianças. À frente, um homem levava uma televisão no colo.

«Toda a hora armas! Toda a hora armas!». A mulher não se quis identificar mas deixou um lamento emocionado. Por ela, mas sobretudo pelos filhos, que vão viajar para o interior onde não há condições e onde podem morrer. E onde não tem nada para comer. Foi assim um pouco ao longo de todo o dia em Bissau: uns porque vão apanhar caju, outros porque temem a situação de instabilidade que se vive na capital.

Rumor de ataque Português
Por Bissau circulou esta segunda-feira a informação de que os portugueses iam atacar a capital e que já estavam a caminho com barcos, o que levou a que muita gente também abandonasse a cidade.

«Ligaram-me hoje várias pessoas a dizer que vinham aí os portugueses», disse à Lusa uma comerciante de Bissau.

Tudo porque no domingo, em vários noticiários de Lisboa ouvidos em Bissau, a jornalista abria o serviço noticioso dizendo: «Uma força de intervenção rápida partiu hoje para a Guiné-Bissau».

Num comunicado divulgado esta segunda-feira pelo Comando Militar dizia: «Quanto à possibilidade da Guiné-Bissau sofrer algum ataque militar externo, a questão não passa da interpretação errada das notícias veiculadas pelos órgãos estrangeiros de comunicação social ou rumores levantados, com o propósito de confundir a opinião pública, por pessoas sobejamente conhecidas da nossa sociedade». Pelo caju, pela confusão ou pelo medo, o certo é que, esta noite, muitos habitantes de Bissau estão já a dormir em Canchungo, em Cacheu, em Gabu, ou numa «tabanca» qualquer.

From: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/guine-guine-bissau-bissau-conflito-tvi24-refugiados/1341337-4073.html

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